Como Iniciar a Intervenção de um Paciente com Autismo?

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Quando falamos de intervenção no autismo, estamos nos referindo ao ensino de novos comportamentos e à redução dos comportamentos que estejam prejudicando a qualidade de vida do indivíduo.

Para falarmos sobre isso, é importante sabermos um pouco mais sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O autismo é um atraso no desenvolvimento caracterizado por comportamentos repetitivos e pela dificuldade com a comunicação verbal e a interação social.  

Normalmente, não há nada fisicamente que diferencie um indivíduo com autismo dos outros, contudo pacientes ou alunos que possuem esse transtorno se comunicam, interagem, comportam-se e aprendem de um modo diferente das outras pessoas.

O processo de ensino e aprendizagem de autistas pode variar muito de um indivíduo para outro. Enquanto para alguns deles pode ser algo bem simples, para outros poderá ser um processo extremamente desafiador.

Isso se deve ao fato de que a heterogeneidade é muito grande quando falamos de autismo. Os sinais e os déficits apresentados e a necessidade de ajuda das pessoas próximas será algo que irá variar muito conforme o nível do transtorno apresentado pelo autista.

Contudo, por meio da intervenção comportamental, é possível minimizar os sinais do autismo e garantir aos pacientes uma vida mais saudável, independente e autônoma.

O que é intervenção no autismo?

Quando falamos de intervenção no autismo, estamos nos referindo ao ensino de novos comportamentos e à redução dos comportamentos que estejam prejudicando a vida diária do indivíduo.

O ensino de habilidades básicas do dia a dia, relacionadas à comunicação, interação social, alimentação, higienização, lazer, dentre outras, pode trazer benefícios positivos e duradouros, proporcionado ao paciente uma melhor qualidade de vida.

Em relação à intervenção mais indicada para o autismo, a Terapia ABA tem sido amplamente utilizada como uma forma de tratamento para o autismo.

Análise do Comportamento Aplicada – ABA (Applied Behavior Analysis, em inglês) é uma ciência que se baseia em evidências, estudos e testes e que pode ser aplicada em diversas áreas.

A ABA estuda o comportamento humano socialmente relevante, sendo o autismo apenas uma de suas vertentes. Ela atua não só no entendimento dos comportamentos indesejados, mas também no ensino de novos comportamentos.

Por meio da Terapia ABA, os autistas desenvolvem habilidades que são essenciais para a vida diária e diminuem os comportamentos indesejados, os excessos e os déficits relacionados ao transtorno.   

Qual é o momento certo de iniciar a intervenção no autismo?

As pesquisas voltadas para o tratamento do autismo mostram que a intervenção precoce traz efeitos positivos a longo prazo sobre os sinais do transtorno e o desenvolvimento de novos comportamentos.

As diretrizes recentes sugerem o início de uma intervenção integrada de desenvolvimento e comportamento assim que o autismo for diagnosticado ou for seriamente suspeito, mesmo que o diagnóstico ainda não esteja concluído.

Há algum tempo atrás, quando ainda não havia estudos mais detalhados sobre o autismo, o diagnóstico do TEA era difícil de ser realizado, sendo que muitas pessoas portadoras do transtorno nem mesmo chegavam a receber o diagnóstico.

Hoje, há testes para a detecção de sinais do autismo entre os 9 e 12 meses de idade, e continuamente estão sendo desenvolvidas novas tecnologias para que o diagnóstico ocorra cada vez mais cedo, inclusive em bebês.

Algumas famílias começam a identificar os sintomas do autismo entre os 2 e 3 anos de idade, percebendo principalmente a dificuldade ou a ausência da fala, sendo mais comum realizar os testes aos 24 meses de idade.

Quanto mais cedo um paciente ou aluno receber ajuda, maiores serão as chances de ele aprender e progredir, bem como de explorar todo seu potencial.

Afinal, cada dia que um autista passa sem receber uma intervenção é uma oportunidade a menos para ele se desenvolver e adquirir novas habilidades, o que o torna cada vez mais dependente das pessoas ao seu redor.

Importância da avaliação individualizada na intervenção no autismo

Para atuar com pacientes ou alunos autistas, é necessário ter muita organização e trabalhar de forma intensiva e sistemática.

Se não houver organização, o profissional poderá perder o controle em relação ao que o paciente sabe e ainda não sabe fazer, em relação ao que já foi ensinado e ao que falta ensinar, não sendo possível acompanhar corretamente a evolução do indivíduo com a intervenção.

Por isso, a primeira etapa a ser realizada pelo profissional deverá ser a avaliação individualizada. Por meio da avaliação, será possível levantar o repertório comportamental do indivíduo, para identificar o que ele já sabe fazer e o que ele ainda precisa aprender.

Os protocolos de avaliação são usados dentro da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) justamente para realizar esses levantamentos de repertórios comportamentais.

protocolo VB-MAPP é um dos protocolos mais utilizados dentro da ABA, sendo cientificamente comprovado e bastante conhecido pela sua Avaliação de Marcos.

Os marcos são usados para verificar em que ponto o autista está em comparação com outros indivíduos de desenvolvimento típico. Eles são divididos em três níveis: Nível 1 – 0 a 18 meses; Nível 2 – 18 a 30 meses; e Nível 3 – 30 a 48 meses.

Além da Avaliação de Marcos, os outros componentes do VB-MAPP são: Avaliação de Barreiras, Avaliação de Transição, Análise de Tarefas e Plano de Ensino Individualizado (PEI).

A seguir, trazemos informações mais detalhadas sobre o PEI.

Elaboração do Plano de Ensino Individualizado (PEI)

Para que as intervenções sejam efetivas e as famílias se sintam mais seguras, é muito importante que haja uma organização dessas intervenções.

Por meio do Plano de Ensino Individualizado (PEI), é possível elaborar um plano de ensino que leve em consideração as características e necessidades particulares de cada paciente ou aluno.

A elaboração do PEI envolve quatro etapas, que devem ser criteriosamente seguidas para o sucesso do plano de ensino, sendo elas: Avaliação; Elaboração dos Objetivos de Ensino; Elaboração dos Programas de Ensino; e Coleta de Dados.

A etapa de Coleta de Dados é fundamental, pois é por meio dos dados coletados, dos registros da intervenção, que podemos acompanhar o desenvolvimento e progresso do indivíduo, bem como podemos saber se será necessário ou não fazer alterações no curso da intervenção.

Normalmente, o profissional que realiza a coleta e mensuração dos dados é o Aplicador ABA, também chamado de Atendente Terapêutico ou Acompanhante Terapêutico. Profissionais de diferentes áreas podem atuar como um Aplicador ABA, desde que obtenham uma formação nessa área.

A realização do PEI é muito importante, quando falamos de intervenção no autismo, porém é um processo complexo e que exige conhecimento por parte dos profissionais que atuam com autistas, para que se possa oferecer aos pacientes uma intervenção realmente segura e de qualidade.

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